quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Entretanto, algures no Brasil...

Transcrevo, sem comentários, a ficha de um livro traduzido no Brasil:


Autor:
ÇUK, PUAN MISKET, et al.
Titulo: KISMET
Editora: SELENITA
Estante: CONTOS
Comentários: Coletânea, 2009, 255 pags, BROCHURA; LITERATURA TURCA. Kismet significa destino e refere-se à idéia islâmica de predestinação. O leitor fica com a sensação que o destino dos personagens criados por estes 29 AA. já estava traçado por forças superiores. O editor da coletânea escreve sobre um assassino com um desígnio muito especial – e uma vítima com um desígnio exactamente inverso (“Janela Oportuna”); noutra história, um casal consegue proteger sua filha de um namoro indesejável – com o que seria o melhor partido possível (“Boa tentativa”); outro conto é sobre um par de gémeos que, durante mais de uma década, tece um plano sinistro – e acaba por descobrir que tinha sido melhor não tentar interferir com o destino (“Deus está nos detalhes”); nos outros textos, há de tudo: uma hipótese para explicar a Guerra do Iraque; um professor muito azarado; um prisioneiro alemão na II Grande Guerra; um noivo apaixonado, mas não muito bom negociador; Neandertais; uma prova do poder dos horóscopos e dos filtros de amor; um chimpanzé pioneiro; e muitos outros casos insólitos que deixam o leitor surpreendido.
TRADUÇÃO: MARIA A. ANES. ISBN: 95912378726.
Preço: R$ 20,00

https://www.novorizonte.com.br/res_listas_livros.asp?id=43

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

AMPLIFICADOR

Depois de à HOMEM MAGAZINE, o KISMET chegou também à notícias sábado (de 29 de Agosto), o suplemento desse dia do Diário de Notícias e do Jornal de Notícias.
A conferir em
http://dn.sapo.pt/revistas/ns/interior.aspx?content_id=1345851

quinta-feira, 9 de julho de 2009

KIS quê? - artigo da Profª Drª Maria de Fátima Gil na HOMEM #243

Se livros que nos atraem mal os divisamos nos escaparates, este é um deles. Ficamos logo presos à capa – um belíssimo baixo-relevo de Domingos Loureiro –, surpreendidos por não vermos nenhuma das informações a que os leitores nestas coisas costumam ter direito: nem título, nem subtítulo, nem nome de autor... nada. Aproximamo-nos e observamos melhor... Confirma-se que são árvores... Mas é fogo aquilo, entre as ramagens? Ilusão de óptica ou voluntária mistificação?
Lá acabamos por encontrar o título, na lombada. Enigmático, fundindo o exótico e o familiar, brincando com a sedução de um trocadilho, Kismet (Contos de Fados) reforça a ambiguidade da capa, louva a perspicácia do leitor e promete-nos a leitura como jogo. E nós somos incapazes de resistir.
A Pedro Manuel Calvete, orientador e júri unipessoal da 1.ª edição do Grande Prémio Almeida Garrett do Conto Português, cabe apresentar, no prólogo, a iniciativa do “estágio de Estói”, com os seus desígnios, procedimentos e participantes. Começando por inventariar as colectâneas de contos publicadas em Portugal e os prémios literários existentes no país – com um rigor académico que não lhe permite esquecer sequer autarquias de pequena dimensão e ainda menores proventos –, Calvete vitupera a alegada desconsideração portuguesa por este género literário. É certo que, com tal resenha, preenche tantas páginas de notas como de texto propriamente dito, mas, em contrapartida, dá maior destaque aos outros objectivos da introdução: noticiar a 2.ª edição do Prémio – que decorrerá em novos moldes (para o que se publica o correspondente Regulamento) – e anunciar a possibilidade de participação do público na escolha do vencedor da 1.ª edição. Para isso, bastará que cada leitor preencha e envie à Fundação Almeida Garrett o postal já franqueado que acompanha a obra.
Ora, num mundo em que os autores se cansaram de ser simples funções textuais e num país em que o público tem tanta prática eleitoral, isto não causa grande surpresa. Mas talvez fosse altura de a Fundação se adaptar aos novos tempos e passar a utilizar a chamada de valor acrescentado ou a mensagem SMS.
Quanto aos 23 contistas da antologia, escolhidas a dedo entre o que Calvete chama “gerações de abertura fácil”, são verdadeiros achados. Cada uma das suas biografias tem material suficiente para inúmeras histórias, ou melhor: é em si mesma uma outra história, mais estranha e improvável do que a narrativa que a antecede, desafiando o leitor a imaginar a vida de tais figuras e colocando-o, nessa medida, na função de (co-)autor de ficções.
Ao contrário de Luísa Costa Gomes, que escreve um posfácio à obra, eu não conheço nenhuma destas personagens. Mas a confirmar-se o que a escritora diz sobre algumas delas, e a serem verdade os comentários dos próprios autores, Calvete deve ter tido um trabalho insano. Não se tratou apenas de seleccionar os interessados, sugerir o tema, definir o modelo à luz da short story anglo-americana e fazer com que cada aprendiz de escritor introduzisse no seu texto uma pointe, uma reviravolta estranhante. Dado que, com certeza, nem todas estas figuras possuem o domínio elegante da língua portuguesa que os contos revelam, o mentor do estágio deve ter observado cada palavra, burilado cada parágrafo, fomentado a reescrita vezes sem conta. Do seu esforço resultou, todavia, uma obra surpreendente, em que contistas promissores, como Tiago Ribeiro Botelho Ferreira, emparceiram com diletantes das letras, como o luso-brasileiro Octávio R. Raposo, e compradores de revistas cor-de-rosa, como a reformada Zinha. Por isso, não me pareceria nada de mais se o 1.º Grande Prémio do Conto Português fosse atribuído ao próprio Pedro Manuel Calvete.
É cedo ainda para traçar o destino de Kismet, mas o livro provoca-nos até à última página. A complexidade do mundo talvez já não se deixe cingir pelas grandes diegeses, mas, como observa Paul Ricoeur, o tempo humano é sempre tempo narrativo. As pequenas histórias podem organizar pedaços do caos, ordenar a grande ficção da existência que cada um constrói para si. O compilador destas narrativas tem o mérito de nos desafiar com um livro multifacetado sobre o enigma do fatum – e nem precisava das epígrafes de Ricardo Reis para nos orientar e sublinhar o poder do destino.
Já agora, também não precisava de tantas infelizes gralhas, a que não quero chamar erros. Ensombra o texto encontrar continuamente vogais e consoantes num tipo diferente de letra, ou descobrir, mesmo no índice, caracteres extemporâneos em itálico e negrito. Mas, vendo bem, os caracteres surgem exactamente assim nos títulos dos contos! Mensagens cifradas? Jogo no jogo? O que dizia eu sobre mistificação?

O FADO ROCK'n'ROLL - artigo do Dr. V. Vasconcelos Raposo na HOMEM #243

Acaba de chegar às melhores livrarias – disfarçado por detrás da reprodução de um quadro que, em vez de gritar, murmura – uma colectânea de Contos de Fados. “Fados”, aqui, são variantes do Destino, e o organizador da edição, por conta da Fundação Almeida Garrett, comprou os direitos ao uso da palavra turca “Kismet” (derivada do árabe e com salvo-conduto de circulação em língua inglesa para designar “destino”) para sublinhar a relativa unidade do conjunto.
Passada a capa, que omite tudo mas parece prometer uma estética serena e depurada, o livro guina para a pipoca logo na epígrafe de abertura (ainda para mais indecifrável). O citado é non other than o orelhudo verde da hollywoodesca Guerra das Estrelas mas, como se isso não fosse desrecomendação suficiente, ainda por cima a suposta atribuição está manifestamente errada: o único filme da série em que o grasnar do Master Yoda não atenta contra a língua de Shakespeare é logo o que aparece como fonte.
O dito “Manual de Instruções” minora um tanto essa má impressão. Embora pareça mais um Relatório & Contas, faz um aceitável inventário do estado da contística portuguesa e das suas instâncias de consagração, com o óbvio propósito, igualmente patente na invocação de Ricardo Reis em todas as sucessivas epígrafes (das sete quinas, várias mancas, em que se arrumam os textos), de inscrever o resultado do “estágio de Estói” (o retiro onde foram produzidos os contos) na tradição nacional. Esforço baldado, diga-se, porque sendo esses, quase sem excepção, variantes mais ou menos curiosas da velha fórmula do twist in the tail, de venerável tradição americana (O Henry) e britânica (Roald Dahl), quase nada há neles que tenha a ver com a riquíssima variedade temática e estilística da prosa curta nacional. O aparato de erudição, levado a meia dúzia de páginas de notas cerradas, resulta inglório para o efeito pretendido: por muito que o organizador tente, o que está a seguir não é o nosso fado – é, quando muito, rock’n’roll. E, assim, sobra a dúvida sobre o acerto do patrocínio da Fundação Almeida Garrett a este projecto, tendo em conta que a sua área privilegiada de intervenção – e propósito estatutário – é “a preservação e revalorização das genuínas tradições da cultura portuguesa”. Salvo melhor opinião, fazer importação de modelos alheios, ainda por cima de contar histórias, é hoje, mais do que um anacronismo, um disparate: como muito bem dizia o João Tordo na Ler (Outubro de 2008, p. 25), não há “muita paciência para os puros contadores de histórias”. E aqui é o que há.
O livro traz um Regulamento (do Grande Prémio Almeida Garrett do Conto Português) e, como em todos os Regulamentos, o Leitor que o evitar não perderá grande coisa, se não pretender procurá-la.
Só depois, e já vamos na página 33, vêm os contos – 23 deles, com 23 notas biográficas dos respectivos AA. e comentários (às vezes impertinentes) dos ditos. No Posfácio, Luísa Costa Gomes duvida, por junto, da bossa literária – ou, como ela nota, atendendo à natureza das histórias, “intriguista” – da horda reunida em Estói, e concretiza: O Colar da Serpente, o magnum opus de Helena Vieira Onofre (que lhe teria valido a pré-selecção) é “inâne” (subscrevo) e o Bernardo Jusarte, barman em Brooklyn, outro dos presentes na obra colectiva, era muito melhor a misturar o vermute do que a tomar nota dos pedidos da mesa 5 (idem). A metamorfose de ambos em autores de histórias passáveis é um mistério. Suspeita ela que haja nisso mão do já referido organizador da obra, uma éminence grise de nome Pedro Manuel Calvete. Sobre isso não alvitro, mas noto que, sendo ele um razoável conhecedor de História e Geografia, não teria provavelmente cometido o erro elementar de situar em Singen-Hohentwiel, no imediato pós-guerra, “O Futuro nas Coisas” (uma das histórias): estando a cidade em plena zona de ocupação francesa, só por crassa ignorância podiam ser oficiais americanos a figurar nela…
Depois, há a disparatada ideia – suponho que é o que se chama interactividade – de levar o leitor a encontrar umas mensagens cifradas no texto e, ainda pior, de o levar ao voto. Não nas eleições dos príncipes que nos governam, o que sempre teria um propósito alegadamente cívico, mas no conto preferido. Há até um boletim de voto, RSF (que pode ser tornado nominal, supostamente para prolongar depois a “interactividade” com o (e)leitor), em cada exemplar do livro. Como se alguém, no seu perfeito juízo, fosse ler todas as propostas apresentadas a sufrágio – ainda por cima em ano tri-eleitoral, em que há tanta mais ficção para ler.
Em suma: há em tudo isto algo que não bate certo. Mas, já se sabe, as coisas nunca são o que parecem. Ou melhor, como referiu Don Juan Manuel, citado no livro: “Todas as cousas ou nos parecem boas e são boas, ou parecem más e são más, ou parecem boas e são más, ou parecem más e são boas.

segunda-feira, 6 de julho de 2009

UAU!

A revista HOMEM Magazine (que deve ser TOP SECRET porque é a primeira vez que - em 21 anos de publicação - dou por ela) dedicou duas páginas ao KISMET no seu n.º 243 - o que está agora em banca (embora datado de Junho).
Vou tentar obter autorização para reproduzir aqui os textos dos ilustres académicos que asseguram a LITER ÁREA da revista.

segunda-feira, 29 de junho de 2009

ESPEN OINO INTERNATIONAL

Parece que "In the rarified world of mega yachts, one name is respected above all others" - e esse nome é o que vai em título. Pelo menos é o que escreve Nick Jeffery ("the most respected authority on luxury watercraft") no livro, da teNeues, Luxury Toys - Mega Yachts (Kempen, Germany, 2008).
Não será, talvez, evidente o que me leva a divagar por tais águas - pelo menos para quem não possa folhear as pp. 31 a 61 do dito - mas a razão, com 1775 toneladas, velocidade máxima de 15,5 nós, autonomia para 5000 milhas náuticas (com 140 000 litros de combustível a bordo), foi construída em 2007 pela Lurssen Yachts sob design de ESPEN OINO.

Falo, claro, do KISMET.
(
www.yachtkismet.com)

sexta-feira, 5 de junho de 2009

KISMET EGÍPCIO

Para o V. a duplicação turca do Kismet é uma paródia, mas, já se sabe, para ele tudo é.
O que um colega que recentemente visitou o Egipto em viagem oficial me trouxe é outra coisa: um livro com uma foto de uma floresta, a preto e branco, e uns indecifráveis gatafunhos na capa que ele me garantiu que lhe juraram quererem dizer Kismet - ou seja, o destino, ou "a vontade de Alá".
E, sim, também são histórias curtas, 29 delas, de outros tantos escritores.
A menos que seja uma partida dele - o que não acredito, mas não tenho forma de verificar, porque aquela escrita é rigorosamente extra-terrestre - temos um segundo clone.

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Afinal a campanha (negra) é de humor negro

Pelo post do V., editado pelo PMC (porque é que ele não publica directamente os delírios dele? continua anão saber usar a net?), vejo que a suposta existência de um duplicado turco da minha história é, afinal, uma paródia.
Para a próxima vejam se não brincam com coisas sérias. Fizeram-me pagar uns milhares de euros, à cabeça, à dra. Sílvia, para ela se ocupar do caso - e agora já sei que vou ter de pagar outro tanto para conseguir que ela mos devolva.

Onde é que eu me vim meter II

Em recente visita de estado à XXXXX (suprimido por razões de segurança interna) houve um incidente diplomático, do qual os meios de comunicação presentes juraram guardar segredo (uns a troco de publicidade institucional, outros pelo prazer de obedecer).
Mão amiga (e ouvido atento) com fortes ligações ao Jardim das Necessidades, fez-me chegar a história (em fotocópia de má qualidade, impressa em papel IO de 70grs), a qual, em abono da verdade e prevenindo eventuais chatices, declaro que não acredito. Por deformação profissional (do delator) vem em articulado. É assim:
Excelência
1- Por ordem de serviço fui destacado para acompanhar viagem de estado à XXXX (suprimido por razões de segurança interna).
2- A viagem era de avião.
3- Como não confio no rigor dos jornais e revistas distribuídos aos passageiros de turística, resolvi comprar um livro de contos para me entreter durante a viagem.
5- Fui a uma Fnac e pedi um livro de contos, mas dos baratos (tinha-me esquecido do cartão de aderente).
6- Impingiram-me uma coisa sem pés nem cabeça (nem capa), chamada Kismet.
7- Embalado pela turbulência li 4 ou 5 contos. Não eram maus.
7- Numa recepção, conheci o secretário do sub-secretário do Ministro da Cultura XXXXX (suprimido por razões de segurança interna). Homem culto, perguntou-me por novidades literárias portuguesas. Falei-lhe de Camões e Eça de Queiroz. Não era isso, respondeu, coisas mais recentes. Embatoquei. Pousei o copo para ganhar tempo. Treinado para os maiores embaraços, ocorreu-me a palavra mágica - Kismet.
8- O secretário do sub-secretário pediu-me para lhe mandar um quando chegasse à pátria. Impante, disse que tinha um exemplar no hotel. Fui buscar.
9- Quando lhe entreguei o livro, o secretário ruborizou, num crescente vermelho até ficar encarnado. Apenas conseguiu balbuciar Puan Misket Çur.
10- Bebeu um copo de água com açúcar. Melhorou. Explicou que Kismet era um miserável e inaceitável plágio do livro Kismet, do grande autor XXXXX (suprimida a nacionalidade por razões de segurança interna) Puan Misket Çur, glória das letras XXXXX (suprimido o nome do país por razões de segurança interna) e candidato ao Nobel em 1998. Aproveitou para me perguntar se no meu país era habitual haver muitas vigarices.
11- Puxei pelos galões do meu patriotismo. Respondi que a República Portuguesa era um país culto e decente, com marca registada desde 1910, e era considerada por todas as nações da UE como um porto livre para negócios, turismo e futebol.
12- Quando falei em UE o secretário arrebitou. Disse que poderia estar aí a solução para tão desagradável incidente. Bastaria apoiar XXXXXXXX (por razões de segurança interna foi suprimido todo o parágrafo) e retirar de circulação a edição plagiada de Kismet.
13- Após breve reunião com as autoridades presentes, não houve outro remédio para sanar o incidente senão aceitar as condições propostas. Afinal, somos um país decente e com marca registada desde 1910. Noventa e nove anos de prestígio não se deitam à rua por causa de um plagiador.
14- Resta fazer 2 coisas - processar o miserável anónimo e enviar a GNR a todas as livrarias do país para levantar um auto de apreensão da maldita obra.
15- Tenho um primo, graduado da GNR, que costuma fazer estes serviços. Já pedi para ficar com um livrito. Se Vossa Excelência quiser, posso pedir para trazer dois. Já agora, sempre é um livro raro e tenho curiosidade em ler mais 3 ou 4 daqueles contos.
A bem da República
Atento, venerando e obrigado
XXXXXXX (nome suprimido por razões de segurança interna)

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Update

Um amigo, providencialmente incluído na comitiva da visita presidencial à Turquia, trouxe em mão um exemplar do Kismet - e mais algumas informações relevantes: Puan Misket Çur não é o A. de todas as histórias, mas sim o organizador da colectânea (embora assine também o conto cujo enredo se assemelha à "Janela de Oportunidade", e daí o equívoco do Bob quanto à autoria global).
O passo seguinte é fazer traduzir o volume - para português, se possível, para inglês ou francês, caso isso se revele impraticável a curto prazo.

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Campanha negra?

Confesso que não me agradaram as duas anteriores entradas. Parecem-me - a mais de inadequadas da parte de um organizador que devia ser rigorosamente imparcial em relação a todas os contos a concurso - uma colaboração, ainda que involuntária, numa campanha negra, com intuitos que não podem deixar de estar relacionados com a eleição literária do melhor conto do Kismet, e a deturpação da vontade do eleitorado através de uma cabala urdida contra um dos candidatos.

Se a intenção é insinuar que houve da minha parte um qualquer plágio de uma história do Puan Misket Çuk, autor de que nunca ouvi falar e que o próprio google desconhece, rejeito terminantemente a aleivosia e procederei criminalmente contra quem quer que, sob qualquer forma, o difunda. Tenho bons exemplos a meu favor.

Se se tratou de plágio, sim, mas assente na revelação do meu enredo ao dito senhor (ou senhora?), algures durante a inexplicavelmente longa gestação do projecto editorial, tratarei de exercer todos os meus direitos de autora, e de responsabilizar os eventuais prevaricadores, quem quer que tenham sido - para o que já mandatei a minha advogada, Dra. Sílvia Serpa.

terça-feira, 12 de maio de 2009

More from Bob

Transcrevo de um mail que o Bob acaba de me enviar:

"the tale he was telling was none other than your's "Window of Opportunity". I was surprised that it had reached here so soon, but he wasn't less: how could I know the ending?
You have to understand the guy: the book where he read it had just come out, not many people noticed it, and on top of that he knew I don't read turkish...

Yeah, you guessed it... it´s from Puan Misket Çuk's Kismet, that I told you about before... What do you mke of that?"

sábado, 2 de maio de 2009

Afinal sempre há coincidências

O meu amigo Bob Tucker, expatriado a fazer o circuito da NATO, diz-me que acaba de sair na Turquia um livro com o título da primeira parte deste blog.
Que haja um Kismet na Turquia, em 2009, não chega para fazer uma coincidência, mas ser uma colecção de 29 short stories sim.
Na capa, em tons de verde, aparece uma floresta à beira de um lago, e o autor é Puan Misket Çuk.
More from Bob later.

quarta-feira, 22 de abril de 2009

É destino, sim...

Hoje, faço apenas uma breve visita e deixo o registo. Até sempre. Parabéns por Kismet.

MJoão

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Idiossincrasias distributivas

É reconfortante saber que ainda há quem dê o devido valor às escolhas dos eleitores.

Na FNAC do Cascais Shopping, para evitar que o boletim de voto no(melhor do)s contos incluídos no KISMET se aparte do livro, não só o envolveram em plástico como ainda acrescentaram à capa uma delicada etiqueta:

"POR FAVOR NÃO RETIRAR O CELOFANE. OBRIGADO."

Em contrapartida, arrumaram o KISMET no expositor da "História e Teoria da Literatura" (o que é bem melhor do que fazê-lo na Secção de Arte e Música. Pois então não são contos de Fados?).

De qualquer forma o tempo da raridade vermeeriana já passou.

terça-feira, 17 de março de 2009

KISMET (Contos de Fados)

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

KISMET (Contos de Fados)

Título de uma colecção de "short stories" publicada em 2009 pela Guimarães Ed. Segundo o Manual de Instruções que abre a obra, os diferentes AA. teriam sido convidados pela Fundação Almeida Garrett para um estágio literário organizado durante o Verão de 2003 no Palácio de Estói, onde teriam escrito os seus contos - sujeitos a um mote comum e a votação pública dos leitores, que dispõem para isso de um boletim de voto em cada volume. Porém, no Posfácio que fecha a obra, Luísa Costa Gomes (que já publicara duas das 23 histórias do livro na revista Ficções) não se coíbe de lançar suspeitas sobre a imputação da autoria das histórias a alguns dos putativos escritores, fazendo alusão a uma visível mão invisível nelas. É verdade que há uma série de sinais que permitem suspeitar da veracidade da versão oficial - mas isso é justamente o que é próprio das versões oficiais. Por outro lado, parece haver uma série de criptogramas, disseminados pela parte para-ficcional do livro, a apontar para um programa oculto de interactividade - de que a votação do(s) leitor(es) seria apenas uma das componentes. Nessas condições é duvidoso que não haja uma cabala por detrás dessa versão oficial.

Onde é que eu me vim meter I

Por razões que não vêm ao caso (e ainda que viessem nunca as poderia divulgar), chegou-me às mãos, por motivos profissionais, um original (em triplicado) com 333 páginas, dactiloscritas, com o título Gramática Secreta da Língua Mirandesa e o subtítulo Uma Breve Introdução. Não atribuo especial importância ao facto de vir num envelope castanho. Mais significativo parece-me a circunstância de 222 pp serem de papel IO de 90g (o corpo do texto), 99pp de papel Kraft (os apêndices), 9pp de Finepaper de alta gramagem que não consegui identificar (a bibliografia) e as restantes 3pp (o prefácio) num magnífico papel avergoado, onde pontusais e vergaturas se alinhavam em excelentes perpendiculares de matriz esotérica. Habituado a tratar com autores, não estranhei que as pp do prefácio viessem em branco (mais exactamente em creme), estranhei apenas a assinatura (a sépia), que identifiquei como a do último Grão-Mestre (interino) da extinta Ordem Templária Secreta da Serra de Montejunto. Dada a proximidade da Serra de Montejunto com a Serra de Sintra e a equidistância destes dois acidentes orográficos com o chafariz da mãe d`água, que dista exactamente 99m do nº 75 da Rua da Conceição da Glória (contornando a tília), rapidamente me apercebi de uma evidente ligação que não poderia apenas ser atribuída ao acaso.
Tinha sido o escolhido para editar a obra.
De súbito, tudo se tornou evidente. A distância entre o nº 68 da Rua da Misericórdia e o pelourinho de Miranda do Douro, é (rigorosamente) 99 vezes a distância entre o último degrau da Fundação Almeida Garrett e o primeiro degrau do nº 75 da Rua da Conceição da Glória. Era o primeiro aviso. O manuscrito só podia ter origem no Grão Priorado dos Pauliteiros (Pouliteiros no original), associação secreta fundada em 1882 e cujo primeiro Grão-Mestre (J. L. Vasconcellos) era um velho inimigo de JB Silva Leitão (o inspirador da Fundação Almeida Garrett).
A circunstância, apresentada por alguns historiadores mal-intencionados, de JLV e JBSL não terem sido contemporâneos, pelo que dificilmente poderiam ter sido inimigos, nada prova, revelando apenas o estado a que chegou a historiografia hodierna.
E eis que por editar os contos finalistas do prémio da Fundação Almeida Garrett me vejo envolvido numa guerra entre associações secretas. Em minha defesa, apenas tenho como atenuante o facto de ter sido obrigado a editar os contos, por uma terceira associação secreta (com ligações ao suplemento P2 do jornal Público) que reúne, às vezes, ali para o lado do Campo Grande.
Sinto-me ameaçado por duas associações secretas e fortemente vigiado pela terceira. Temo que algo possa acontecer.
Espero conseguir comparecer, eventualmente sob disfarce, na reunião de amanhã.

V.

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

A FADA BOA

LUÍSA COSTA GOMES - autora de 5 romances, 6 volumes de contos ( num dos quais se guarda o extraordinário e nunca suficientemente louvado "Uma Empresa Espiritual"), 2 librettos, 10 peças de teatro e, entre o mais, Directora da revista Ficções - aceitou o pesado encargo de posfaciar o volume de contos organizado para a Fundação Almeida Garrett.

Para saber mais sobre a Madrinha deste projecto (a que começou por dar abrigo na sua revista) v.

www.luisacostagomes.com

KISMET

A pedido do organizador da colectânea, a imagem do quadro original de DOMINGOS LOUREIRO (KISMET, 2008, 51,5x91cm em MDF pintado e escavado)
KISMET - Contos de Fados
foi adaptado por Inês Senna para capa do livro da Guimarães Editores KISMET (CONTOS DE FADOS).

Para saber mais sobre DOMINGOS LOUREIRO, ver www.domingosloureiro.com

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Sobre o sítio

O Palácio de Estói, onde decorreu o estágio de escrita durante o qual os convidados pela Fundação Almeida Garrett escreveram os contos que integram o livro KISMET (Contos de Fados) foi entretanto transformado em Pousada. Para o conhecer, use um motor de busca ou vá a

http://www.pousadas.pt/historicalhotels/PT/corporate/about/NewProjects/

(Para saber mais sobre os contadores, v. os dados bio- e biblio- gráficos disponibilizados infra, a seguir ao Regulamento da próxima edição do Grande Prémio Almeida Garrett do Conto Português, também aplicável, em matéria eleitoral, à edição em curso).

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

REGULAMENTO DO GRANDE PRÉMIO ALMEIDA GARRETT DE CONTO


Considerando que:

há muito que a Fundação Almeida Garrett (FUNDAÇÃO) pretendia instituir um Prémio literário;
um excesso de Prémios literários na modalidade de Conto tem impedido a consolidação do único prémio de grande mérito actualmente existente;
erro frequentemente encontrado é a confusão entre o conto e o mero relato – a indiferenciação entre o conto e a crónica, afinal;
em face da difusão das novas tecnologias o tempo (também de leitura) se acelera, mas não é a maior rapidez (a menor extensão) que indistingue aquelas formas diversas;
cada história breve (short story) deve aspirar a ser portadorade uma revelação;
conto é o que conta,

é instituído o Grande Prémio Almeida Garrett do Conto Português (GRANDE PRÉMIO) de periodicidade quinquenal, cuja atribuição, a partir da data a anunciar nos termos do disposto no artigo 3.º, se rege pelo Regulamento seguinte:

Artigo 1.º
(Objecto)
O GRANDE PRÉMIO tem por objectivo estimular e incentivar a produção de contos originais em língua portuguesa.

Artigo 2.º
(Apresentação de candidaturas)
Podem candidatar‐se ao GRANDE PRÉMIO todas as pessoas singulares, mas só singularmente.

Artigo 3.º
(Publicitação do concurso e dos resultados)
1. O prazo de candidatura ao GRANDE PRÉMIO será divulgado nas páginas da Internet da FUNDAÇÃO, e num jornal de expansão nacional com uma antecedência mínima de seis meses em relação à data de entrega dos originais.
2. Durante o mês referido no número anterior terá também lugar a proclamação do vencedor da antecedente edição, nos termos do artigo 9.º.

Artigo 4.º
(Valor)
O valor pecuniário do GRANDE PRÉMIO a atribuir será divulgado no momento da abertura do concurso.

Artigo 5.º
(Características da obra, e local de entrega)
1. Os contos concorrentes deverão ser inéditos (ou, pelo menos, pouco conhecidos), e terão de ser apresentados em cinco exemplares, em papel mate azul, de gramagem superior e formato T4, não devendo exceder 10 000 palavras impressas a negro.
2. Os exemplares dos contos devem ser acompanhados da identificação do autor, com nome, morada e telefone de contacto. No caso de se tratar de uma autora, acresce o envio de foto recente.
3. No segundo da quarta nota, dezanove * em quinze ==, ficam depois de três assim: um, nada, cinco, quatro, dois, seis, um, quatro, dois, três, e sobram duas, mas há mais fácil.
5. Os contos a concurso podem ser entregues na sede da FUNDAÇÃO, ou enviados pelo correio para a mesma morada.

Artigo 6°
(Edição)
1. A FUNDAÇÃO, com a colaboração de uma editora a designar, promoverá, logo que possível, a publicação em livro dos melhores contos.
2. Um júri, constituído por quarenta e cinco personalidades de reconhecida idoneidade literária, procederá a uma pré-selecção dos contos a publicar.
3. Os direitos de autor sobre cada edição serão repartidos igualmente por todos os autores incluídos no livro.



Artigo 7º
(Forma de votação)
1. Cada livro editado será acompanhado de um postal endereçado à FUNDAÇÃO, com o timbre desta, com o título de cada um dos contos publicados impresso no verso, como se de um boletim de voto se tratasse.
2. Serão considerados válidos todos os postais recebidos, com um único título inequivocamente assinalado, nos termos do número seguinte, até ao fim do mês subsequente à abertura de novo concurso.
3. Não serão considerados os postais em que seja assinalado mais do que um título, nem aqueles que apresentem rasuras, emendas ou nódoas de gordura.

Artigo 8°
(Apuramento de resultados)
Sem prejuízo da actualização mensal da votação na página da internet da FUNDAÇÃO, o apuramento final ocorrerá até ao dia 13 do mês posterior à abertura de novo concurso e será realizado com a presença de um representante de cada um dos 39 departamentos da Rede de Operações Especiais.



Artigo 9.º
(Proclamação do vencedor e entrega do prémio)
1. Finda a contagem final dos postais recebidos até à data fixada no n.º 2 do artigo 7.º, será proclamado o vencedor quinquenal do GRANDE PRÉMIO, com divulgação nos meios de
comunicação social.
2. A entrega do prémio terá lugar em cerimónia pública em data a fixar.

Artigo 10.º
(Interpretação e aplicação do presente regulamento)
1. Quaisquer dúvidas suscitadas pela interpretação, integração ou aplicação do presente regulamento serão decididas, sem possibilidade de apelo, pelo Conselho directivo da FUNDAÇÃO.
2. A participação no GRANDE PRÉMIO implica a aceitação de todas as condições fixadas no presente regulamento.

Zinha

Pseudónimo de Teresa de Vasconcelos, nascida a 23 de Abril na cidade da Guarda. Enquanto estudante de Enfermagem colaborou em várias companhias de teatro amador e na imprensa regional do Centro. Iniciou a sua carreira profissional em Coimbra, num laboratório de análises clínicas, e especializou-se na escrita ficcional dos folhetos publicitários de empreendimentos turísticos e urbanísticos. Fez uma breve incursão pela literatura negra (redacção de moções a vários congressos de um dos partidos do arco de governo) e pela ficção científica (colaboração na preparação dos programas para o ensino secundário). É reformada e vive no Japão. Durante uma breve estada em Macau publicou um livro de contos (A Genealogia do Plural, 1989).

X, Rita

Nasceu a 7 de Novembro no Porto, e vive em Itália, comutando entre Florença, Veneza e Milão. Escreveu e encenou, para a Companhia de Teatro Tradicional, Nós-Outros (2005). Tem no prelo um livro de ficções La donna è mobile (2007). Foi uma das revelações deste ano em Cannes, pelo argumento de O Rouxinol Marinho, uma produção franco-italiana. É especialista na pintura de Quattrocento, em especial na de Pietro Franceschi, Alessandro di Mariano Filipepi e de Domenico di Tommaso Curradi di Boffo Bigordi, sobre os quais publicou extensas monografias e é frequentemente consultada.

Vasconcelos, Nina

Nasceu a 19 de Outubro, na aldeia (Manhattan) onde passou a infância (o que é exacto, mas logicamente errado). Depois de vários anos internada no Colégio do Sagrado Coração de Maria, em Aveiro, voltou aos EUA, onde se licenciou em Ciências Ocultas & Decoração. Convidada para uma pós-graduação em Voodu em Nova Orleães, por lá ficou, como Bruxa do Oeste, até Agosto de 2005, altura em que o seu feitiço Katrina se voltou contra ela. Por ser procurada por várias companhias seguradoras, teve de regressar apressadamente a Portugal, onde tem vivido incógnita perto do Monte da Lua, a fazer feitiços para fora. Publicou um livro de histórias para crianças em inglês (Scary Mary, 1998) e um conto em português («Amor a Roma») na colectânea Outra Europa (2002).

Utra, Urbano

Nasceu a l de Abril no Rio de Janeiro, mas cresceu em Lisboa, onde cursou a Universidade Católica e fez um mestrado em Esoterologia Bíblica no Instituto de Sociologia e Etnologia das Religiões da Universidade Nova. Fez um MBA em Harvard e vive agora no Qatar onde é CEO da Al-Jaled Al-Abar Oil Company. Publicou um único conto: «A Esfinge Magra» (2001). Converteu-se ao islamismo para poder beneficiar da poligamia legítima e descobriu que acumular mulheres é completamente diferente de acumular amantes.

Trancoso, Duarte

Nasceu na cidade da Horta, a 13 de Maio, e continua a achar que, até agora, esse foi o momento mais alto da sua vida. Tem escrito muito e publicado pouco, para deixar uma arca à posteridade. A excepção foi o livro de ensaios-parábolas-contos A Vaga Fria, 2005. É velejador semi-profissional, com duas participações na America Cup. Nos intervalos dos seus compromissos vive em Ponta Delgada com uma sereia.

Serpa, Sílvia

Nasceu a 13 de Fevereiro, em Odemira. É advogada, mas diz que a culpa não é dela: foi o ambiente familiar – enfim, o que dizem todos. É sócia de uma grande sociedade de advogados de Lisboa, mas só faz barra nos Tribunais Europeus, e ainda não abdicou de viver em Óbidos. Apesar disso já editou uma recolha de contos – O Outro Melhor Amigo da Mulher (2002) – anteriormente publicados em sítios esconsos (revistas literárias nacionais e estrangeiras, de tiragens liliputianas).

Raposo, Octávio

Nasceu a 28 de Outubro em Viana do Castelo. Viveu toda a vida no Brasil, onde foi X-Man, até partir para Timor, onde é cooperante em Dili. Tem duas obras (supostamente) literárias publicadas: Dezembro Brusco (2000) e Terrenos Contingentes (2002). É poliglota nas diferentes versões do português.

Queirós, Quim-Roque

Nasceu a 30 de Setembro, em Jerusalém, e vive dividido entre Coimbra, onde ensina Matemática e Cabalística (no mesmo sítio e horário), e Coimbra, onde, apesar disso, também vive. Publicou um livro de poesia musicada (Letras do Canto, 2000) e um livro de palavras cruzadas (O Límpido Obstáculo, 2005). Pratica wind-surf no Mondego.

Pequeno, João

Nasceu a 8 de Abril, em Lisboa. Viveu em Lisboa, Povoação (S. Miguel, Açores), Santa Cruz (Madeira) e Alenquer, até se fixar em Sintra. É jogador profissional de basquetebol (abandonou o futebol quando ultrapassou os 2m de altura) e, para contrabalançar, mestre de xadrez. Anda às voltas com um livro que ainda não conseguiu acabar: De Halifax à contracosta (2006). Tem uma gata chamada Bill.

Onofre, Helena

Nasceu em Coimbra no primeiro de Janeiro. É jornalista free-lancer, baseada em Ulan Bator. Ao contrário de outros, tem escrito pouco e publicado muito, mas não revela o segredo da multiplicação das páginas. Livros: O Perfeito Elefante (2000); A Parka Amarela (2001); A Senhora dos Anéis (2002); O Colar da Serpente (2003); Histórias da Arca do Velho (2004); A Zebra Albina (2005); O Calendário Azteca (2006).

Moura, Antónia

Nasceu prematura a 6 de Fevereiro, em Braga, e nunca mais se recompôs disso: continua minhota e chega sempre adiantada a tudo. Esteve no World Trade Center no dia 10 de Setembro de 2001, desembarcou na estação de Atocha, vinda de Sevilha, em 10 de Março de 2004, e andava a passear por Londres em 6 de Julho de 2005. Chegou a ponderar escrever um livro sobre essa tripla prematura coincidência mas concluiu que isso lhe poderia prejudicar a carreira: se os patrões soubessem – actualmente trabalha para a NASA no desenvolvimento de um novo tipo de foguetão – o mais certo era oferecerem-lhe uma passagem só de ida para Guantánamo. Em vez disso, publicou um livro de viagens (Joana, lda., 2002) e, sob o pseudónimo de Chef Bruno, um livro de culinária japonesa. Antes de partir para Houston tinha sido modelo, bibliotecária, inspectora da Polícia Judiciária, adjunta de gabinetes ministeriais e professora de dança.

Lima, Xavier

Nasceu a 21 de Agosto em Zamora porque, nessa altura, como agora, tudo considerado, era mais conveniente para quem morasse em Miranda do Douro. Já para não falar na vantagem de ser bilingue (e multinacional) desde o nascimento. Aos 21 anos era multi-bilionário graças a um programa informático para ganhar na bolsa de Nova Iorque (Midas). Aos 23 era Hare Krishna e aos 25 tornou-se eremita na margem sul do Tejo. Aos 27 decidiu aprender violino e aproveitar a sua experiência de vida para se doutorar em Teologia. Publicou um roteiro sobre a cidade onde agora vive e estuda: Braga by Night (2007).

Jusarte, Bernardo

Nasceu a 24 de Janeiro, em Évora. Estudou cinema em New York e vive em Londres, onde fez o típico percurso de odd jobs: empregado de restaurante, atendedor de call-center, fotógrafo de moda, director de fotografia em filmes vários, assistente de realização (de Stanley Kubrick), terceiro marido da filha de um dos produtores de Eyes Wide Shut, administrador do HKSB – e, a manter-se a normalidade, futuro membro da House of Lords. Tirando uma muito comentada participação num concurso literário organizado por ele próprio (O Último Despejo, 2001) a sua primeira incursão pela escrita ficcional teve lugar no próprio Estágio de Estói.

Inácia, Isabel

Nasceu a 2 de Setembro no Ultramar (o que é absolutamente rigoroso porque nasceu no Santa Maria, de regresso da Guiné, em pleno alto mar). Toca violoncelo na Orquestra Regional do Centro, vive em Viseu, e é historiadora amadora. Publicou um livro de crónicas: Abril Abrupto (2005).

Harridralid, Ermelinda

Nasceu a 4 de Novembro, em Diu. Viveu na Ásia e no Canadá antes de vir para Portugal, como consultora do Governo. Arrependeu-se, claro. Não de ter regressado às suas raízes portuguesas, e a Alenquer, terra dos seus antepassados, mas de ter aconselhado o Governo: há Governos aconselháveis e outros desaconselháveis – e a ela calhou-lhe um desses (a nós têm calhado mais). Publicou um livro de aforismos: Xangri-cá (2001).

Gregório, Gustavo

Nasceu em 16 de Setembro, na Quinta da Marinha, e vive em Genebra, embora pareça às vezes ser ao contrário. Tem publicados um livro de poesia – Parábolas (1998) – e vários contos – nas colectâneas Ultramar (1999), Trans-Atlântico (2001) e Latine Europe (2002). É doutorado em Materialismo Dialéctico pela Universidade de Leipzig, faz análise de riscos para a Winterthur e é músico de estúdio (participou, por exemplo, no registo do último disco de Leonard Cohen).

Ferreira, Tiago

Nasceu em Trancoso em 28 de Maio, à mesma hora que, talvez, meia dúzia de outras pessoas em Portugal. Não tem a certeza se algumas delas não são as mencionadas na sua história. Está convencido de que uma similitude essencial com algum (alguns) outro(s) contos do KISMET (Contos de Fados) comprovará a sua convicção, e ameaça escrever um livro sobre o assunto – até ao estágio de Estói muito distante das suas inquietações, como resulta da sua obra literária, recolhida em Das Margaridas e Outras Primaveras, 2006. Vive em diversos sítios da Rússia, onde trabalha undercover para os serviços secretos britânicos.

Emanuel, Pedro

Nasceu na Figueira da Foz em 28 de Abril e fixou-se em Filadélfia. É escritor de livros policiais sob um pseudónimo que não pretende revelar. Editou uma colectânea de contos para uma fundação pouco conhecida.

Dito, Marco António

Pseudónimo literário de quem nasceu no Nordeste, São Miguel, em 25 de Outubro, fez o ensino em Portugal e Inglaterra e iniciou uma nada próspera carreira jornalística que o levou a Macau. Enriquecido contra todas as expectativas, voltou à Europa, acabando por fixar residência num condomínio dos arredores de Sintra. Uma revelação levou-o a professar o budismo tibetano e regressar ao Oriente, em busca de aperfeiçoamento espiritual. Vive actualmente em Xanadu, na Mongólia interior. Publicou duas colectâneas dos seus artigos na imprensa – As Campanhas de César (Macau, 2000) e O Regresso a Roma (Macau, 2001) – e uma colectânea das suas colectâneas – O Império Romano (Macau, 2003).

Colchete, Carla

Nasceu em Aveiro, a 27 de Fevereiro, e vive em Zurique, onde lecciona Sânscrito e Copta. O seu primeiro conto foi publicado na secção Policiário do jornal Público (P2).

Botelho, Luísa

Nasceu a 1 de Agosto em Idanha-a-Nova, tem um PhD em Oxford e ensina intermitentemente na Sorbonne, em Paris. É directora da Revista de Cultura Clássica, editada em São Paulo, e vive em Nice. Alcançou os mais altos gumes do êxito profissional: tem inúmeros artigos, sobretudo sobre cultura grega clássica, que nunca ninguém leu – em nenhuma das três línguas (português, francês e inglês) em que foram publicados. Nem é provável que, tirando um exíguo número de doutorandos alemães e um ainda menor número de doutorados, alguém venha a ler. Planeia escrever um romance assim que tiver um. Para o grande público escreveu O Filho de Ariadne (1999), actualmente na 7ª edição.

Amado, Fernanda

Nasceu em Soure, a 10 de Maio, e vive com o marido em Toronto, onde lecciona Administração na Universidade McGill. Além de artigos da sua especialidade publicou um livro de ficção (País Proibido, 2000). Integra a equipa de tiro do Canadá, na modalidade de fosso olímpico. Prestou serviço militar voluntário nos Rangers e é cinturã negra de karate. Não aprecia críticas ao seu trabalho e vem frequentemente a Portugal.

Participantes no Estágio de Estói

Amado, Fernanda da Ascensão Azevedo

Botelho, Luísa

Colchete, Carla

Dito, Marco António

Emanuel, Pedro

Ferreira, Tiago Ribeiro Botelho

Gregório, Gustavo

Harridralid, Ermelinda

Inácia, Isabel

Jusarte, Bernardo

Lima, Xavier

Moura, Antónia Maria

Nischenko, Victória

Onofre, Helena Vieira

Pequeno, João

Queirós, Quim-Roque

Raposo, Octávio

Serpa, Sílvia

Trancoso, Duarte

Utra, Urbano de

Vasconcelos, Nina de

X, Rita

Zinha