Pelo post do V., editado pelo PMC (porque é que ele não publica directamente os delírios dele? continua anão saber usar a net?), vejo que a suposta existência de um duplicado turco da minha história é, afinal, uma paródia.
Para a próxima vejam se não brincam com coisas sérias. Fizeram-me pagar uns milhares de euros, à cabeça, à dra. Sílvia, para ela se ocupar do caso - e agora já sei que vou ter de pagar outro tanto para conseguir que ela mos devolva.
quarta-feira, 27 de maio de 2009
Onde é que eu me vim meter II
Em recente visita de estado à XXXXX (suprimido por razões de segurança interna) houve um incidente diplomático, do qual os meios de comunicação presentes juraram guardar segredo (uns a troco de publicidade institucional, outros pelo prazer de obedecer).
Mão amiga (e ouvido atento) com fortes ligações ao Jardim das Necessidades, fez-me chegar a história (em fotocópia de má qualidade, impressa em papel IO de 70grs), a qual, em abono da verdade e prevenindo eventuais chatices, declaro que não acredito. Por deformação profissional (do delator) vem em articulado. É assim:
Excelência
1- Por ordem de serviço fui destacado para acompanhar viagem de estado à XXXX (suprimido por razões de segurança interna).
2- A viagem era de avião.
3- Como não confio no rigor dos jornais e revistas distribuídos aos passageiros de turística, resolvi comprar um livro de contos para me entreter durante a viagem.
5- Fui a uma Fnac e pedi um livro de contos, mas dos baratos (tinha-me esquecido do cartão de aderente).
6- Impingiram-me uma coisa sem pés nem cabeça (nem capa), chamada Kismet.
7- Embalado pela turbulência li 4 ou 5 contos. Não eram maus.
7- Numa recepção, conheci o secretário do sub-secretário do Ministro da Cultura XXXXX (suprimido por razões de segurança interna). Homem culto, perguntou-me por novidades literárias portuguesas. Falei-lhe de Camões e Eça de Queiroz. Não era isso, respondeu, coisas mais recentes. Embatoquei. Pousei o copo para ganhar tempo. Treinado para os maiores embaraços, ocorreu-me a palavra mágica - Kismet.
8- O secretário do sub-secretário pediu-me para lhe mandar um quando chegasse à pátria. Impante, disse que tinha um exemplar no hotel. Fui buscar.
9- Quando lhe entreguei o livro, o secretário ruborizou, num crescente vermelho até ficar encarnado. Apenas conseguiu balbuciar Puan Misket Çur.
10- Bebeu um copo de água com açúcar. Melhorou. Explicou que Kismet era um miserável e inaceitável plágio do livro Kismet, do grande autor XXXXX (suprimida a nacionalidade por razões de segurança interna) Puan Misket Çur, glória das letras XXXXX (suprimido o nome do país por razões de segurança interna) e candidato ao Nobel em 1998. Aproveitou para me perguntar se no meu país era habitual haver muitas vigarices.
11- Puxei pelos galões do meu patriotismo. Respondi que a República Portuguesa era um país culto e decente, com marca registada desde 1910, e era considerada por todas as nações da UE como um porto livre para negócios, turismo e futebol.
12- Quando falei em UE o secretário arrebitou. Disse que poderia estar aí a solução para tão desagradável incidente. Bastaria apoiar XXXXXXXX (por razões de segurança interna foi suprimido todo o parágrafo) e retirar de circulação a edição plagiada de Kismet.
13- Após breve reunião com as autoridades presentes, não houve outro remédio para sanar o incidente senão aceitar as condições propostas. Afinal, somos um país decente e com marca registada desde 1910. Noventa e nove anos de prestígio não se deitam à rua por causa de um plagiador.
14- Resta fazer 2 coisas - processar o miserável anónimo e enviar a GNR a todas as livrarias do país para levantar um auto de apreensão da maldita obra.
15- Tenho um primo, graduado da GNR, que costuma fazer estes serviços. Já pedi para ficar com um livrito. Se Vossa Excelência quiser, posso pedir para trazer dois. Já agora, sempre é um livro raro e tenho curiosidade em ler mais 3 ou 4 daqueles contos.
A bem da República
Atento, venerando e obrigado
XXXXXXX (nome suprimido por razões de segurança interna)
segunda-feira, 18 de maio de 2009
Update
Um amigo, providencialmente incluído na comitiva da visita presidencial à Turquia, trouxe em mão um exemplar do Kismet - e mais algumas informações relevantes: Puan Misket Çur não é o A. de todas as histórias, mas sim o organizador da colectânea (embora assine também o conto cujo enredo se assemelha à "Janela de Oportunidade", e daí o equívoco do Bob quanto à autoria global).
O passo seguinte é fazer traduzir o volume - para português, se possível, para inglês ou francês, caso isso se revele impraticável a curto prazo.
O passo seguinte é fazer traduzir o volume - para português, se possível, para inglês ou francês, caso isso se revele impraticável a curto prazo.
quinta-feira, 14 de maio de 2009
Campanha negra?
Confesso que não me agradaram as duas anteriores entradas. Parecem-me - a mais de inadequadas da parte de um organizador que devia ser rigorosamente imparcial em relação a todas os contos a concurso - uma colaboração, ainda que involuntária, numa campanha negra, com intuitos que não podem deixar de estar relacionados com a eleição literária do melhor conto do Kismet, e a deturpação da vontade do eleitorado através de uma cabala urdida contra um dos candidatos.
Se a intenção é insinuar que houve da minha parte um qualquer plágio de uma história do Puan Misket Çuk, autor de que nunca ouvi falar e que o próprio google desconhece, rejeito terminantemente a aleivosia e procederei criminalmente contra quem quer que, sob qualquer forma, o difunda. Tenho bons exemplos a meu favor.
Se se tratou de plágio, sim, mas assente na revelação do meu enredo ao dito senhor (ou senhora?), algures durante a inexplicavelmente longa gestação do projecto editorial, tratarei de exercer todos os meus direitos de autora, e de responsabilizar os eventuais prevaricadores, quem quer que tenham sido - para o que já mandatei a minha advogada, Dra. Sílvia Serpa.
Se a intenção é insinuar que houve da minha parte um qualquer plágio de uma história do Puan Misket Çuk, autor de que nunca ouvi falar e que o próprio google desconhece, rejeito terminantemente a aleivosia e procederei criminalmente contra quem quer que, sob qualquer forma, o difunda. Tenho bons exemplos a meu favor.
Se se tratou de plágio, sim, mas assente na revelação do meu enredo ao dito senhor (ou senhora?), algures durante a inexplicavelmente longa gestação do projecto editorial, tratarei de exercer todos os meus direitos de autora, e de responsabilizar os eventuais prevaricadores, quem quer que tenham sido - para o que já mandatei a minha advogada, Dra. Sílvia Serpa.
terça-feira, 12 de maio de 2009
More from Bob
Transcrevo de um mail que o Bob acaba de me enviar:
"the tale he was telling was none other than your's "Window of Opportunity". I was surprised that it had reached here so soon, but he wasn't less: how could I know the ending?
You have to understand the guy: the book where he read it had just come out, not many people noticed it, and on top of that he knew I don't read turkish...
Yeah, you guessed it... it´s from Puan Misket Çuk's Kismet, that I told you about before... What do you mke of that?"
"the tale he was telling was none other than your's "Window of Opportunity". I was surprised that it had reached here so soon, but he wasn't less: how could I know the ending?
You have to understand the guy: the book where he read it had just come out, not many people noticed it, and on top of that he knew I don't read turkish...
Yeah, you guessed it... it´s from Puan Misket Çuk's Kismet, that I told you about before... What do you mke of that?"
sábado, 2 de maio de 2009
Afinal sempre há coincidências
O meu amigo Bob Tucker, expatriado a fazer o circuito da NATO, diz-me que acaba de sair na Turquia um livro com o título da primeira parte deste blog.
Que haja um Kismet na Turquia, em 2009, não chega para fazer uma coincidência, mas ser uma colecção de 29 short stories sim.
Na capa, em tons de verde, aparece uma floresta à beira de um lago, e o autor é Puan Misket Çuk.
More from Bob later.
Que haja um Kismet na Turquia, em 2009, não chega para fazer uma coincidência, mas ser uma colecção de 29 short stories sim.
Na capa, em tons de verde, aparece uma floresta à beira de um lago, e o autor é Puan Misket Çuk.
More from Bob later.
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